O Que é Blockchain?

Pontos Principais |
Uma blockchain pública é um registro distribuído, semelhante a um banco de dados, que tem diferentes atributos essenciais: — descentralizada: não há terceiros envolvidos — distribuída: o registro está espalhado por toda a rede, o que dificulta o tempering — criptografada — anônima — uma vez que um dado é adicionado ao registro, ele não pode ser removido ou alterado |
Nós entendemos, todos estão falando sobre blockchain. Mas o que é blockchain?
Quando a maioria das pessoas pensa em blockchains, elas se referem às blockchains descentralizadas ou públicas como o Bitcoin. Mas vale a pena mencionar que essa tecnologia também pode ser usada para construir blockchains centralizadas, que têm algumas vantagens para empresas privadas em relação às públicas.
Mas o que é exatamente uma blockchain?
Uma blockchain é um registro distribuído, semelhante a um banco de dados. Ao invés de ser controlada por uma autoridade central (por exemplo, uma companhia como o Google, uma pequena empresa ou um indivíduo) o registro está disperso por vários computadores, que podem ser localizados em todo o mundo e administrados por qualquer pessoa com uma conexão à internet. Em sua essência, uma blockchain é um livro-razão através do qual os dados são adicionados e atualizados em tempo real por meio do consenso dos diferentes nodes que rodam o software na rede.
Entretanto, uma vez que os dados são adicionados ao livro-razão, eles não podem ser removidos ou editados como em um banco de dados. Este é um produto do projeto geral de blockchains.
Por que uma cadeia?
De forma resumida, um bloco é composto por uma lista de dados e a “cadeia” é uma pilha de blocos de dados que cresce continuamente durante um período de tempo específico. Se uma transação está profundamente incorporada em uma blockchain (ou seja, mais perto do início do histórico), torna-se excepcionalmente desafiador alterar esses dados, tornando as blockchains um meio único de armazenar dados valiosos.
Imagine uma torre digital de blocos, onde um novo bloco de dados é adicionado ao topo a cada 10 minutos. Na base da torre fica o primeiro bloco, o bloco “gênesis”. Isto é o que ocorre no Bitcoin. Os dados em cada bloco são compostos de transações financeiras transmitidas pelos usuários da rede junto com as provas criptográficas de que essas transações são válidas.
Por que foi criada a blockchain?
Um dos componentes centrais das blockchains, o que permitiu que elas surgissem, é o uso do consenso. Mas para entender o consenso, precisamos de uma breve história do por que Satoshi Nakamoto, o criador anônimo do Bitcoin, criou uma blockchain para começo de conversa. O que, a propósito, dá uma excelente visão geral de um problema significativo que as blockchains resolvem.
No mundo financeiro tradicional, bancos e câmara de compensação servem como os árbitros finais da hegemonia financeira baseada em contas. Se Ana envia R$100,00 para Beto, então R$100,00 são deduzidos da conta bancária da Ana e creditados na conta de Beto. Entretanto, a liquidação real da transação (quando o banco compensa a transação como válida) pode levar vários dias no processo interno.

A compensação é realizada por câmaras de compensação e uma série de outras instituições financeiras, que verificam a autenticidade da transação e que Ana tem os fundos necessários para enviar a Beto. As câmaras de compensação financeira, entretanto, são entidades centralizadas que estão sujeitas à influência externa de governos ou outras organizações.
No mundo florescente dos cypherpunks e das moedas digitais nos anos 2000, o problema primário era como contornar uma câmara de compensação financeira central com uma moeda puramente digital. Isso é conhecido como o “Problema do Gasto Duplo“. Se Ana enviasse R$100,00 a Beto, não era possível validar isso de modo que ela não fosse e gastasse os mesmos R$100,00 novamente. Se Ana entregou a Beto R$100,00 em dinheiro, ela não pode gastar esses mesmos R$100,00. Contudo, o processo é mais complicado no mundo digital sem usar uma câmara de compensação financeira central. Entram as blockchains.
Uma rede peer-to-peer
A blockchain do Bitcoin é uma rede peer-to-peer (P2P), o que significa que não existe uma entidade central. Ao invés disso, todos os “peers” (ou pares) da rede são iguais e servem como validadores do estado do livro-razão. Entretanto, enquanto as câmaras de compensação centrais determinam o estado dos livros-razão nas finanças convencionais, Satoshi Nakamoto percebeu que convergir para o estado preciso de um livro-razão de blockchain em uma rede P2P exigia um método inovador que não sacrificasse a natureza descentralizada da rede: o consenso.

Em Bitcoin, lembre-se de que um novo bloco é criado e adicionado à cadeia a cada 10 minutos. Esses blocos são determinados como válidos e anexados à blockchain pelos nodes distribuídos na rede. Nada de câmara de compensação. Eles desempenham esta função através do Consenso Nakamoto, que é uma versão de um conceito conhecido como “Prova de Trabalho” ou Tolerância à Falha Bizantina em computação distribuída.
Através de uma série de incentivos inteligentes de teoria dos jogos, criptografia e consenso distribuído, uma blockchain pode alcançar um consenso seguro e preciso sobre o estado do livro-razão, assim como uma câmara de compensação financeira central, mas através de uma rede descentralizada onde nenhuma entidade única está no controle.
A criptografia nas blockchains torna a verificação de dados (ou seja, transações) trivial e quase impossível de ser forjada. Esta tarefa é realizada por operadores de rede que executam nodes e validam automaticamente os blocos e transações na rede através de um conjunto de regras de consenso, que pode ser executado por qualquer pessoa com um computador em uma blockchain pública e sem permissão, como o Bitcoin.

Aplicativos de blockchains
Desde o Bitcoin, o conceito de blockchains se estendeu ainda mais. Em vez de usar uma blockchain estritamente para dados financeiros, projetos procuram usar a blockchain como um meio de armazenas e validar dados arbitrários, incluindo qualquer coisa, desde aplicativos de redes sociais até dados de jogos. Esse é o conceito por trás de plataformas como a Ethereum, que usam uma “máquina virtual” sobreposta à blockchain como sua camada de liquidação principal.
Em geral, blockchains consistem em uma nova arquitetura de protocolo, que elimina a necessidade de confiar em indivíduos de uma rede sem permissão. Isso promove a escalabilidade social e um meio de transferência de valores livre do controle ou da corrupção de partes maliciosas.
Em uma rede blockchain, o armazenamento e os dados são redundantes, o que significa que enquanto as pessoas rodarem nodes (ou seja, o cliente do software), não haverá um ponto central de falha. Como resultado, ela conseguiu atrair muita atenção e criar um hype para uma variedade de usos. Alguns são promissores e muitos outros são, no máximo, uma hipótese.

Além do hype, as blockchains já cumpriram um objetivo significativo na história do dinheiro e da tecnologia: a criação do Bitcoin.
Continue aprendendo! Se você gosta de aprender sobre cripto e blockchain, confira nosso vídeo da School of Block Casos de Uso Real da Blockchain.